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Foto: Reprodução G1 Foto: Reprodução G1

Witzel afirma que busca contra ele 'resultou em absolutamente nada' e se diz vítima de 'perseguição política'

By Publicado Mai 26, 2020

Governador do Rio fala à imprensa no início da tarde desta terça (26). Mais cedo, ele se manifestou em nota afirmando que a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal está 'oficializada'.

O governador do Rio, Wilson Witzel, fez um pronunciamento no Palácio Laranjeiras no início da tarde desta terça-feira (26), poucas horas após ser alvo de busca e apreensão numa investigação que apura desvios na Saúde, inclusive na contratação da empresa que deveria montar os hospitais de campanha.

“Quero manifestar minha absoluta indignação com o ato de violência que o estado democrático de direito sofreu. Eu tenho todo respeito ao ministro Benedito, mas a narrativa que foi levada ao ministro Benedito é fantasiosa. Não vão conseguir colocar em mim o rótulo da corrupção”.

Witzel se referia ao ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que autorizou a busca. A Operação Placebo cumpriu 12 mandados, inclusive na residência oficial do governador e na casa onde ele morava no Grajaú antes de ser eleito.

O governador se disse vítima de "perseguição política" e afirmou que o que ocorreu com ele pode ocorrer com outros "governadores considerados inimigos" do governo federal.

Witzel atribuiu a operação à suposta interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, denunciada pelo ex-ministro Sérgio Moro ao pedir demissão. Moro disse que Bolsonaro queria tirar o diretor-geral Maurício Valeixo e, por isso, deixou o cargo. A possível interferência é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal.

Ataque a Flávio Bolsonaro

O governador do Rio também atacou a família Bolsonaro e disse que o senador Flávio Bolsonaro já deveria estar preso. Flávio foi um dos que apoiou a campanha de Witzel em 2018 e o governador se disse arrependido da aliança.

“Ao contrário do que se vê na família do presidente Bolsonaro, a família engaveta inquéritos, vaza informações. O senador Flávio Bolsonaro, com todas as provas que temos contra ele, já devia estar preso. Este sim. A polícia federal deveria fazer o seu trabalho com a mesma serenidade que passou a fazer no Rio de Janeiro porque o presidente acredita que estou perseguindo a família, e ele acredita que a única alternativa é me perseguir politicamente”.

O G1 procurou o senador Flávio Bolsonaro sobre as afirmações do governador Witzel, mas até as 13h10 não havia obtido resposta.

O G1 tenta contato com a Presidência da República para comentar as declarações de Witzel. Mais cedo, Jair Bolsonaro riu ao ouvir sobre a operação, parabenizou a PF e disse que soube pela imprensa.

No pronunciamento, o governador também afirmou que tem a consciência tranquila que não vai desistir do estado, "lutando contra esse fascismo que está se espalhando pelo nosso país, contra essa ditadura da perseguição" e que não vai permitir que se instale um regime autoritário no país.

Em nota, Witzel já havia negado as irregularidades e disse que abriria os sigilos. Ele também citou a acusação contra o presidente Jair Bolsonaro, de quem foi aliado político e contou com apoio na campanha, sobre suposta interferência na Polícia Federal.

Suspeitas contra Witzel

O Ministério Público Federal afirma que houve fraudes com "provável envolvimento da cúpula do Poder Executivo".

A investigação traça uma hierarquia no esquema que passaria pela primeira-dama Helena Witzel, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos e o ex-subsecretário da pasta, Gabriell Neves.

A investigação aponta ainda "vínculo bastante estreito e suspeito" entre a primeira dama Helena Witzel e as empresas do empresário Mário Peixoto, preso no início do mês. Ele nega qualquer relação ilícita com o governador.

De acordo com a investigação, uma empresa ligada a Peixoto fez pagamentos ao escritório de advocacia de Helena Witzel.

Outra suspeita é que Peixoto estivesse interessado em fornecer serviços para a administração pública em contratos dos hospitais de campanha para Covid-19.

Nota na íntegra do governador

"Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro", afirmou o governador em nota. (Link 1)

 

Bolsonaro ri ao ouvir comentário sobre operação contra Witzel e dá parabéns à PF



Operação Placebo no Rio, autorizada pelo STJ, apura desvios de recursos destinados à saúde. Witzel negou participar de qualquer esquema.

por Por Guilherme Mazui

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro parabenizou a Polícia Federal nesta terça-feira (26) e riu ao ouvir um comentário de um apoiador a respeito da operação que teve o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, entre os alvos.

A Operação Placebo apura desvios de verbas que deveriam ser usadas no combate à pandemia do coronavírus.

Bolsonaro fez o comentário na saída do Palácio da Alvorada, durante conversa com apoiadores e rápida entrevista a jornalistas. Mais cedo, a Polícia Federal deflagrou a operação, não qual foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão.

O presidente ouviu de um apoiador que “a coisa está preta lá pelo Palácio das Laranjeiras”. Bolsonaro riu e apontou para a máscara preta que usava no momento.

Um dos mandados foi cumprido no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC), e outro na casa dele no Grajaú. Witzel e sua mulher, Helena, são alvos de mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Após a ação, Wilson negou qualquer participação em esquema de fraudes na Saúde do estado e declarou que está “devidamente oficializada” a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

Em seguida, Bolsonaro foi perguntado por jornalistas sobre a operação. O presidente disse que soube pela imprensa da ação no Rio.

“Parabéns à Polícia Federal. Fiquei sabendo agora pela mídia. Parabéns à Polícia Federal,”, disse.

Zambelli

Questionado na entrevista se a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) soube com antecedência da operação, Bolsonaro disse: "Pergunta para ela."

A deputada antecipou na segunda-feira (25), em entrevista à Rádio Gaúcha, que a Polícia Federal estava prestes a deflagrar operações contra desvios na área da saúde nos estados.

O presidente Bolsonaro tem criticado Witzel -- de quem foi aliado durante a campanha --, a quem chamou de 'estrume' em uma reunião ministerial em 22 de abril, por conta das medidas de isolamento para conter o coronavírus. (link 2)

 

Entenda as suspeitas investigadas no desvio de verba para combate ao coronavírus no Rio



Depoimento do ex-subsecretário Gabriell Neves, preso em outra operação, pode ter contribuído para operação. Investigados pela PF citaram ajuda do '01 do Palácio'.

Por Bette Lucchese e Pedro Figueiredo.

Os mandados de busca e apreensão que geraram a operação em endereços ligados ao governador Wilson Witzel (PSC) na manhã desta terça-feira (26) foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça depois do depoimento do ex-subsecretário estadual de Saúde, Gabriell Neves.

Gabriell foi preso na Operação Mercadores do Caos, do MP do RJ e da Polícia Civil fluminense, que investiga suposta fraude na compra de respiradores pelo governo.

O ex-subsecretário ouvido por promotores, que encaminharam a documentação para o Superior Tribunal de Justiça.

'01 do Palácio'

Os contratos do governo Witzel na pandemia somariam mais de R$ 1 bilhão, entre a montagem de hospitais de campanha e aquisições de respiradores, máscaras e testes rápidos.

Os investigadores buscam provas de que o governador saberia do esquema do operador Mário Peixoto, preso pela Lava Jato no dia 14 de maio, suspeito de fraudes relacionadas a hospitais de campanha.

Mário Peixoto seria sócio oculto de várias empresas que possuem contratos com o governo do RJ. Uma delas é a Átrio Rio, envolvida em denúncias relacionada a contratos emergenciais.

O que disse Witzel

"Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal.

Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará.

A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada.

Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos.

Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro"

O que diz Mário Peixoto

“Não existe relação ilícita entre Mario Peixoto e o Governador Wilson Witzel. Qualquer acusação neste sentido é absolutamente descabida e irreal. Questões políticas não se misturam com questões jurídicas. Investigações policiais devem ter como norte a imparcialidade. Nenhuma empresa vinculada a Mario Peixoto contratou com o Governo do Estado, na área de saúde, durante a epidemia de Covid-19. Mário Peixoto não possui nenhuma relação com o IABAS. Alessandro Duarte é consultor da empresa Atrio, da qual Mario Peixoto já foi sócio (não é mais). No entanto, Alessandro possui empresas próprias, com atividades próprias, sem vinculação alguma com Mario Peixoto. Mario e o advogado Lucas Tristão são amigos, sendo que o escritório de Tristão já prestou serviços jurídicos à empresa ligada à família de Peixoto”. (link 3)

Via G1
Link 1: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/26/witzel-faz-pronunciamento-apos-ser-alvo-de-busca-e-apreensao.ghtml
Link 2: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/05/26/bolsonaro-ri-ao-ser-questionado-sobre-operacao-contra-witzel-e-da-parabens-a-pf.ghtml
Link 3: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/26/depoimento-de-ex-subsecretario-preso-pode-ter-contribuido-para-mandados-de-busca-e-apreensao-na-operacao-placebo.ghtml

Read 591 times Last modified on Terça, 26 Mai 2020 16:53
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