O Brasil ultrapassou a marca de 10 mil mortos pela Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados neste sábado (9). Com 730 novos registros de óbitos causados pela doença nas últimas 24 horas, o número total de mortes confirmadas oficialmente é de 10.627.
O país é o sexto em número de mortes no mundo todo, de acordo com a plataforma da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, que faz o acompanhamento dos da pandemia.
Os casos de infectados pelo novo coronavírus no Brasil somam 155.939. Neste sábado, foram incluídos mais 10.611 novos registros a essa lista.
Os novos óbitos anunciados, porém, não necessariamente ocorreram nas últimas 24 horas —há um intervalo de tempo entre o registro do óbitos e a confirmação da infecção por coronavírus.
O segundo dia seguido com número de mortes acima de 700 foi registrado em um final de semana, quando o próprio Ministério da Saúde ressalva que as equipes nos estados e municípios trabalham em quantidade reduzida e por isso menos testes de coronavírus são aplicados.
São Paulo é o estado com o maior número de mortes (3.608) e casos confirmados da doença (44.411). Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 1.653 óbitos e 16.929 casos de covid-19. O Ceará, terceiro estado mais afetado pela pandemia no país, tem 1.062 mortes e 15.879 pessoas que já foram infectadas pelo vírus.
Em Pernambuco, são 972 mortes e 12.470 infecções. O Amazonas, estado que enfrenta dificuldades para receber novos doentes no sistema de saúde, tem 962 óbitos e 11.925 casos de Covid-19.
O número de mortes divulgado na sexta (8) foi o último recode diário do país —751 óbitos registrados em 24 horas. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro fez ironias sobre a realização de um churrasco no Palácio da Alvorada neste sábado (9) e chegou a falar em 3.000 convidados.
De acordo com aliados do presidente ouvidos reservadamente, ele decidiu cancelar o convite que havia sido feito a ministros e outros integrantes do governo. A repercussão negativiva teria pesado em sua decisão.
Até o dia 7 de maio, pelo menos 4 estados registravam ocupação dos leitos de UTI maior do que 90%: Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Roraima. São Luís e Belém também registram uso da capacidade das UTIs superior a 90%.
Os números da pandemia no Brasil levaram o Congresso Nacional a decretar luto de três dias.
Pelo ato assinado pelos presidentes do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), "ficam proibidas quaisquer celebrações, comemorações ou festividades, no âmbito do Congresso Nacional, enquanto durar o luto".
Em São Paulo, estado com os piores números da doença, o governador João Doria prorrogou a quarentena obrigatória até o dia 31 de maio. Prefeitos do interior do estado se opuseram à decisão. O prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSDB), foi à Justiça para tentar reabrir o comércio nas últimas semanas e classificou a decisão como decepcionante.
Em Santa Catarina, onde o comércio é reaberto progressivamente em algumas cidades desde o começo de abril, o número de infectados cresceu 173% no primeiro mês de flexibilização.
Segundo especialistas, os números reais no Brasil devem ser maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação.
via Folha Online.